domingo, 22 de maio de 2011

O sofrimento da impotência diante da dor do outro

Há dias estou com este título na cabeça, mas tentava mudá-lo por ser forte demais.
Talvez não menos intenso do que esteja sentindo... E exatamente isso: não poder minimizar a dor de alguém, o que torna sofrimento inevitável. Talvez isto resulte da minha tentativa de onipotência. Tentativa esta totalmente impossível, mas que não me canso de tentar.
Ou me canso... Na verdade já cansei... Mas ainda assim não consigo parar. Talvez motvação de menos, talvez esperança demais... Talvez por ver o dor do outro, fantasio pelo menos fazer alguma coisa; DEVER fazer alguma coisa.
Mais cansativo que reconhecer o limiar do impossível; menos gratificante do que tentar mover-me no possível.

O fato é que é muito complicado reconhecer que não há o que fazer, até porque DEVEMOS ter fé, DEVEMOS ter esperança, DEVEMOS acreditar... São muitos deveres envolvidos.

Me pergunto se todos estes deveres não estariam mais a nosso favor se as exigências fossem menores.

Lembro-me agora de uma frase de Freud (se não me engano): "somos feitos de carne, mas temos que viver como se fossemos de ferro". É exatamente isso, exige-se, exijo-me esse 'vigor' que o ferro tem, mas que é impossível a meu corpo, de carne...

Ainda assim, apesar de tantos reconhecimentos, o que quero realmente é a potência para realizar o impossível... Preciso da onipotência! Egoista? Sempre disse que sou!